Redes Sociais, adolescência e a busca por um equilíbrio dinâmico

Atendendo no meu consultório e observando nas ruas o comportamento alimentar e os “desejos corporais” de crianças e adolescentes, acabo ficando assustada e muito preocupada com o que está acontecendo com este público em geral.

Para mim é nítido o que está desviando estas pessoas de uma concepção realista, além dos amiguinhos da escola, dos vizinhos, a maior parte é ocasionado pelas mídias sociais. Com o alcance e a facilidade de uma internet nas “mãos”, podemos ficar observando o “dia inteiro” compulsivamente, mesmo sem perceber, a vida “linda, maravilhosa e perfeita” de outras pessoas.

Isso faz com que comecem a ter um desvio da realidade ao compararem a vida dele com a vida do outro.

A “felicidade constante” das fotos de viagens, de biquínis na praia sempre “radiantes”, fotos de corpos “perfeitos” na academia, dentre outros, faz com que comparem a vida com uma realidade que é ilusória, além de estimular este tipo de padrão “tenho que ser perfeito”.

Não deveria, mais infelizmente está se tornando comum e rotineira criança de 3, 4 anos falarem que querem engordar por que são magrinhos ou que estão “barrigudos”, semi adolescentes querendo ter um corpo magro e definido, adolescentes querendo “perder gordura e ganhar músculo”…..

Assim, começam a ser rígidos consigo mesmos, fazendo dietas radicais ou negando-se a comer carboidrato, que coitado, leva “toda a culpa” ou já começam a praticar atividade física “intensa” para “secar ou crescer” e assim, muitas vezes os transtornos começam a se desenvolver, como bulimia, anorexia, ansiedade, depressão, dentre outros.

Vejo os alguns pais que realmente se preocupam e ficam atentos com seus filhos para lidarem com estas situações, mas também, vejo outros achando engraçado e não se preocupando muito por que “é a fase dele”. Sim, temos que tomar cuidado e observar, explicar e mostrar a realidade para que as crianças e adolescentes sintam-se seguros, amados e amando-se.

Temos profissionais competentes como nutricionistas, psicólogos e educadores físicos para dar o suporte correto e ajudar nestes casos, até mesmo antes destes desequilíbrios se instalarem, mas a atenção, presença dos pais e amor são fundamentais neste processo do crescimento e desenvolvimento dos filhos.

 

Rita Sprea

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