Por Dra. Claudia Paola C. Aguilar
Há dez anos a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, com a finalidade de divulgar esta condição que atinge em torno de 1% da população mundial. Estima-se que no mundo 70 milhões de pessoas estejam dentro do Espectro do Autismo, e dois milhões de brasileiros se enquadram nesta categoria.
Apesar de ser uma condição tão frequente, os autistas ainda enfrentam muitas dificuldades para ter acesso ao diagnóstico e tratamento adequado, muitas vezes o diagnóstico vem depois de anos de peregrinação por diferentes profissionais. Isto acontece porque é o Autismo é um transtorno que tem diferentes apresentações, variando desde pessoas não verbais (que não falam) a pessoas que apresentam dificuldades na interpretação da comunicação não verbal. Também pode haver desde déficit cognitivo até superdotação/altas habilidades… Mas o que essas pessoas possuem em comum são déficits persistentes na comunicação e interação social associados a padrões restritos e repetitivos de comportamento que estão presentes desde a infância e causam algum tipo de limitação e prejuízo no funcionamento diário.
Assumpção Jr. e Kuczynski (2015 p.3) definem o autismo como “transtorno complexo do desenvolvimento que envolve atrasos e comprometimentos nas áreas de interação social e linguagem, incluindo uma ampla gama de sintomas emocionais, cognitivos, motores e sensoriais”.
Em 2012, os direitos dos autistas como portadores de necessidades especiais foi reconhecido através da Lei 12.764 conhecida como “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”. Esta lei assegura aos autistas o direito a frequentar escolas regulares inclusive com acompanhamento individualizado, se necessário. A regulamentação da Lei 12.764 se deu pelo Decreto n.o 8.368 em dezembro de 2014.
Vamos vestir azul no dia 2 de abril!
Referências:
American Psychiatric Association (APA). DSM 5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição. Porto Alegre: Artmed. 2014.
Assumpção Jr, F. B.; Kuczynski, E. Série de Psiquiatria: Da Infância à Adolescência – Autismo Infantil: Novas Tendências e Perspectivas – 2.a Edição. Editora Atheneu. São Paulo, 2015
Klin, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(Supl I):S3-11